A FADIGA DE LULA
Aristophanes Pereira
Em Física, na parte de mecânica e, particularmente, na prática da engenharia, a “fadiga de materiais” é fenômeno muito conhecido e de notável importância. No popular, até as crianças sabem que, flexionando, compassada e continuamente, um material, como um arame, ou uma haste metálica, depois de algum tempo, ele “cansa”, enfraquece, e se rompe.
Por analogia, podemos estender o conceito de “fadiga” a diversos campos de atividade e, em especial, ao comportamento de pessoas. Recentemente, vimos pela TV, um grave e óbvio caso de fadiga humana, quando o ex-presidente Joe Biden, num debate público, se dobrou, fadigado, à vista de todos.
Na minha longeva idade, identifico, facilmente, óbvias ocorrências de fadiga em humanos. É o que se passa com o presidente Luiz Ignácio (LULA) da Silva, que completará 80 anos, em outubro deste ano. Também, já amolece, o seu colega americano, oitentão, em julho de 2026! Longe de mim preconceito contra os idosos... O problema é que eles são idosos mesmo!
Lula, provavelmente, o brasileiro mais conhecido, no Brasil e no mundo, tem um currículo singular, rico de notáveis feitos e de grandeza histórica! Entretanto, sua fadiga fica, a cada dia, mais evidente, notadamente, quando se entrega à sua incontrolável verborragia, carregada de impropriedades, que não podem ser relevadas. Denunciam o enfraquecimento do seu material e avilta a dignidade de seu elevado cargo.
Em dia da semana passada, falando num acampamento do MST, Lula “redefiniu” a integridade geopolítica do Brasil, separando-a em diversos “lados”, dentre os quais ele declara pertencer, por opção, àquele que estava ali! Uma impropriedade odiosa, divisionista, para o presidente de todos os brasileiros! Dias depois, vocaliza uma imaginária disputa com o errático colega estadunidense, e adverte – no mesmo estilo da primeira dama com o Elon Musk – que “fale manso com ele”, pois “não tem medo de cara feia” . Coisa de menino buchudo! Ontem, ainda repercute no noticiário, empolgado, disse que colocou “mulher bonita” nas relações institucionais, para melhorar sua articulação com o Congresso... Descabida deselegância!
A despeito desses deslizes, o Presidente Lula, nos quase dois anos que lhe restam, dos 12 que cravará na presidência do Brasil, poderia realizar transformações marcantes para o futuro do país. Deveria empenhar-se em um projeto de reparação nacional consistente e progressista. Contrariamente, a sua obsessão personalista, por mais um pífio mandato, atravanca a renovação de quadros e desestimula o surgimento de novas iniciativas. Pior, ainda, quando isso é corroído pela ferrugem ideológica e por associações perniciosas. Triste Brasil!
Jaboatão dos Guararapes(PE), 13/03/2025