Carta enviada ao presidente Aldemir Bendine (Dida) como último cartucho para evitar uma iminente inadimplência, e solenemente ignorada pelo insensível presidente do bb. O nome do pleiteante, por motivos óbvios, foi omitido.
BANCO DO BRASIL S.A
Presidência
Brasília - DISTRITO FEDERAL
Senhor presidente Aldemir Bendine
REFORMULAÇÃO DE DÍVIDAS - Sinto-me
cansado, cansado de lutar, uma luta inglória e insana, por isso decidi escrever
ao senhor, buscando uma última oportunidade para o que passo a descrever. Uma
carta inusitada, eu sei, mas com fatos transparentes e reais.
2.
Afora uma solicitude à questão técnica e financeira, peço-lhe também
paciência para lê-la e absorver o que me vai no fundo da alma.
3.
Antes de continuar, devo dizer, senhor presidente, que estou consciente
de que não cabe a essa presidência, corriqueiramente, tratar de assunto como
este, porém, dada à situação extrema a que cheguei, forçoso me foi adotar esta
atitude, pois foge-me à imaginação alternativa aonde recorrer.
4.
Vamos então ao que pretendo expor.
5.
Em 20/05/2013 enviei a carta abaixo à DIEMP solicitando uma reformulação
de minhas dívidas com o banco. Não obtive resultado favorável.
6.
Como resposta, recebi no início de julho um telefonema da agência de meu
relacionamento em que, a pedido da DIEMP, me informava estar à minha disposição
a linha de crédito “RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDAS”, disponível de forma automática
nas máquinas de auto-atendimento.
7.
Quanto a essa linha de crédito, eu já havia manifestado no item 14 de
minha carta de 20/05/2013 que tal opção não atendia aos meus propósitos, eis
que simulação feita anteriormente acusava uma prestação bem superior àquela que
me era debitada mensalmente.
8.
Penso conveniente reeditar parte do que relatei na minha carta à DIEMP,
de 20/05/2013. Ali falo das minhas dívidas no banco e peço uma reformulação dos
empréstimos CDCs, de modo a equacionar o meu endividamento e reduzir a
prestação de R$ 2.882,45.
9.
Pretendia me prevenir contra ocorrências fortuitas -- e previsíveis --
que pudessem comprometer a minha capacidade de pagamento e, como consequência, macular
o histórico de meu perfil e a adimplência que sempre mantive em meus
compromissos no banco e em qualquer outro segmento do mercado financeiro e
comercial.
10.
Gostaria de esclarecer, senhor presidente, que me refiro a uma
adimplência de quase meio século, um perfil sem restrição de 46 anos, iniciado
quando de minha posse no banco em dezembro/66, mantido ao longo de todo o
período na ativa como funcionário, e sustentado até hoje como aposentado e
assistido da PREVI.
11.
Para não me alongar em questões iniciais repetitivas, a leitura de minha
carta enviada à DIEMP certamente o deixará ciente das razões pessoais que me
levaram a fazer tal solicitação.
12.
Vou direto ao que me é mais relevante, ou seja, às informações das
minhas dívidas no banco, todas elas, à época, discriminadas e prestadas à DIEMP
com posição de 15/05/2013.
13.
Forneço-as, agora, atualizadas, e de forma resumida porque acredito não
comprometer o entendimento necessário ao exame do assunto. Para todos os
contratos abaixo relacionados, a posição é de 28/08/2013:
a) CDC RENOVAÇÃO – contrato
n.761102219, de 02/08/2010, valor solicitado
R$ 78.062,73, prestação R$ 1.680,92, prazo 96 meses, 35 prestações já
pagas no valor total de R$ 58.832,20, saldo devedor R$ 67.653,25, amortização
de capital R$ 10.409,48;
b) CDC RENOVAÇÃO – contrato n.
778794520, de 11/07/2011, valor solicitado R$ 34.527,27, prestação R$ 842,37,
prazo 96 meses, 23 prestações já pagas no valor total de R$ 19.374,51, saldo
devedor R$ 35.953,85, sem amortização de capital, antes está acrescido;
c) BB CRÉDITO BENEFÍCIO – Quatro
contratos – diversas datas entre 2010 e 2011, montante solicitado R$ 7.857,00,
prestações no valor total de
R$ 359,16, prazo 60 meses, prestações
já pagas no valor total de
R$ 11.267,44, montante do saldo
devedor R$ 6.330,24, amortização de capital R$ 1.526,76;
d) BB CRÉDITO 13.SALÁRIO – quatro
contratos – diversas datas entre 11/2012 e 07/2013, montante solicitado R$ 7.289,63,
saldo devedor total de
R$ 7.960,38, valor a pagar R$ 8.706,62,
vencimentos previstos entre 11/2013 e 04/2014.
14.
O que se configura, senhor presidente, é que, apenas relativamente ao
CDC RENOVAÇÃO e ao BB CRÉDITO BENEFÍCIO, tomei emprestado entre 2010 e 2011 um
montante de R$ 120.447,00, já paguei R$ 89.474,15 e ainda tenho um saldo
devedor de R$ 109.937,34, representando uma amortização de R$ 10.509,66.
15.
E num resumo global, incluindo também o saldo devedor do BB CRÉDITO
13.SALÁRIO, minha dívida com o banco em 28/08/2013 registra um montante
de R$ 117.897,72. Cheque-Ouro e
cartão de crédito não estão aqui contemplados.
16.
Como agravante de tudo o que já relatei, tenho a dizer ainda que, afora
essa dívida com o banco, outra exaure ainda mais minhas disponibilidades
mensais, contraída junto ao Santander. Esta é tão draconiana que somente os
juros sobre ela aplicados quase não possibilitam amortizar o principal. Pago
mensalmente R$ 5.360,07 de prestação e não vejo a dívida reduzir, que soma no
momento em torno de R$ 100.000,00.
17.
Como se vê, senhor presidente, a situação é extrema, ultrapassei o
limite de minha capacidade de pagamento, o empenho empregado para manter em dia
meus compromissos foi hercúleo e dramático, e só não se revelou inexequível
porque maior foi o zelo por um perfil imaculado.
18.
Mas, agora, é com rubor na face que afirmo, antevejo tempos sombrios
para meus esforços, a força esvaiu-se, as possibilidades neste momento se
amparam tão somente no imponderável, na expectativa da ocorrência de algum fato
novo para reverter a situação.
19.
Falo isso porque ainda mantenho uma tênue esperança de alguma melhoria
de meu benefício do PB1 da PREVI, alguma decisão administrativa e regulamentar
que possa favorecer os aposentados do banco. Pode ser expectativa ilusória, mas
ainda espero.
20.
Para este mês de setembro, já não vejo perspectiva de continuar honrando
meus compromissos, já não há recursos, não tenho onde buscá-los, por essa razão
recorro a essa presidência. Em novembro, vence uma parcela do BB CRÉDITO
13.SALÁRIO, no valor de R$ 3.464,57, tenho-a na lembrança dia e noite em busca
de uma solução para honrá-la no vencimento.
21.
Considero importante dizer neste momento, não me valho de dramas
emocionais ou de qualquer estratégia de pressão para influenciar no exame do
assunto aqui tratado. Não, definitivamente este não é o caso, simplesmente é a
realidade que exponho, e com toda a franqueza e transparência que me é
possível.
22.
A verdade é que depois de tanto tempo lutando, me é frustrante sentir o
aproximar da derrota. Mas, prefiro continuar lutando. Apesar de todas as
dificuldades que ora vivo, encerro este parágrafo com uma afirmação que faço a
mim todos os dias: “Não vou deixar de pagar nunca”. O banco jamais terá
prejuízo comigo.
23.
Assim, senhor presidente, já exausto de escrever esta carta, os números
embaralham na minha cabeça, peço apenas a chance de poder continuar adimplente
com o banco. Objetivamente, o que tenho a solicitar é o seguinte:
a) um reexame ou reavaliação da minha
dívida relativa ao CDC RENOVAÇÃO, BB CRÉDITO BENEFÍCIO e 13.SALARIO, pedindo
ponderar o fato de, num empréstimo de R$ 120.447,00, já ter pago R$ 89.474,15 e
ainda persistir um saldo devedor de R$ 109.937,34.
OBSERVAÇÃO: Em 28/08/2013, sem
incluir Cheque-Ouro e Cartão, minha dívida registra um total de R$ 117.897,72 e
prestação de R$ 2.882,45;
b) examinar a possibilidade de o
banco absorver a dívida que tenho no Santander, o que resultaria no
encerramento de uma prestação de R$ 5.360,07;
c) considerar fortemente no exame dos
dois pedidos acima, os atributos de um perfil sem mácula e de uma adimplência
histórica de 46 anos e -- ainda que subjetivamente -- de um firme propósito de
manter tal condição de conduta perante o banco “ad aeternum”.
24.
Por fim, penso importante salientar que, se atendidas minhas pretensões,
restaria configurada uma situação concreta, qual seja:
a) eliminar-se-iam duas prestações
elevadas, uma de R$ 5.360,07 no Santander, e a outra de R$ 2.882,45, no banco,
num total de R$ 8.242,52;
b) deixaria de existir uma forte
pressão nos meus compromissos de novembro próximo, quando vence uma parcela de
R$ 3.464,57 do BB CRÉDITO 13.SALÁRIO;
c) minha capacidade de pagamento
seria restaurada a um nível capaz de dar suporte a uma renegociação. Estou
certo de que a taxa de juros a incidir sobre uma nova operação com o banco
seria bem menor.
Respeitosamente é o que tinha a
relatar e a pedir. Agradeço desde já a atenção.