segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

JARDINEIRO E JARDINS

Na vida de todo homem aparece Deus como jardineiro, mas raras vezes O reconhece o homem, envolto a tristezas e preocupações.
Quando o jardineiro, durante o inverno, poda a sua planta, cortando-lhe muitos ramos e galhos, que ideia faria do jardineiro a planta mutilada e ferida, se pudesse raciocinar como nós? Evidentemente o consideraria desalmado e cruel, um verdadeiro carrasco. Entretanto, enquanto a planta chora e sangra por inúmeras chagas abertas pela lâmina do podador, ele continua na sua carinhosa crueldade, no seu cruel amor. Sim, no seu amor, porque todas as dores que ele inflige à planta nascem duma grande bondade e bem-querença. Se o jardineiro não tivesse confiança na sua planta, se não a estimasse, deixá-la-ia crescer a bom crescer, como as ervas do campo. Mas como lhe que muito bem e como sabe que a planta não devidamente expurgada dos ramos fracos e das folhas excessivas, acabaria por definhar aos poucos, sem forças para produzir bons e abundantes frutos. Por isso, lança mão desse doloroso expediente, não porque queira castigá-las ou porque tivessem feito algum mal, mas porque são intimamente boas e capazes de se tornarem ainda melhores.
Esta analogia pode e deve também ser entendida na relação Deus e nós humanos. Ás vezes, nos revoltamos por tanto sofrimento com doenças, perdas de pessoas que muito amamos, solidão, falta de emprego, e tantos outros flagelos deste mundo. Mas a ninguém o divino Jardineiro daria um peso maior do que possa suportar. Deus educa e "castiga" o filho a quem muito ama.

Nenhum comentário: